ESTADO DE MINAS – Quarta-feira, 21 de maio de 1986 - 5
Artes
plásticas
As aladas figuras de Annamélia
- Mari’Stella TRISTÃO
É sempre bom retornar a Ouro Preto entrando pelas paisagens
de sonhos que são as gravuras de Annamélia.
A partir de hoje ela estará expondo na Galeria Itaú (Av.
Afonso Pena, 3888 – Mangabeiras), e junto com as paisagens estarão também seus
anjos e crianças: aladas figuras que dançam
no justo equilíbrio de suas composições.
Desde 1965, início de sua carreira como profissional,
Annamélia trabalha sua arte como um projeto de vida, condição essencial que
justifica a plena aceitação de sua obra.
Participando intensamente do movimento artístico de Minas,
especialmente de Ouro Preto, onde criou a Escola de Arte da FAOP, Annamélia
integrou importantes mostras coletivas no Brasil e no exterior, bem como salões
oficiais e Bienal de São Paulo.
Em 1981 foi um dos quatro artistas escolhidos para a mostra
das “Projeções Atuais do Barroco”, que integrou a grande exposição sobre o
“Barroco Mineiro”, apresentada em Nova Iorque e em várias cidades brasileiras.
Foi premiada no Salão de Arte do Museu de Belo Horizonte, no
Salão de Cultura Francesa, no Salão do Conselho Estadual de Cultura de M.G.,
obteve o grande prêmio de gravura no Salão de Governador Valadares, e em 1969 o
prêmio de aquisição Itamaraty da Bienal de São Paulo.
Nesta exposição Annamélia apresenta um trabalho refinado e
amadurecido, muito bem definido nos textos de Mari’Stella Tristão e Márcio
Sampaio, que assinam o catálogo:
“Um dado real na arte de Annamélia é a busca da
essencialidade da identificação total com aquilo em que acredita o ser humano.
A referência é óbvia e coerente com esse sentido de
realidade. São anjos e crianças, cujas formas desenham e esculpem o espaço numa
organização plástica admirável, produto de integração plena entre o raciocínio
inteligente e um espírito extremamente sensível.
A mensagem é sempre de paz e de beleza nas lembranças
lúdicas e barrocas, sob o céu particular e a atmosfera histórica da cidade onde
mora – Ouro Preto.
O preciosismo do desenho alia-se à limpeza da impressão e
das cores, na sua maioria suaves ou neutralizadas, gerando esta excelente
gravura que já se tornou conhecida dos salões e do público brasileiro”.
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