Cartografia Afetiva de Ouro Preto

Autora: Annamélia

O Guarani

Òleo sobre tela

dezembro 2018

......Da interpretação da paisagem em perspectiva renascentista, Anna Amélia mudou, recentemente, seu ponto de vista para a tomada aérea, planificando os panoramas, para construir uma nova cartografia, com riqueza de detalhes que podemos identificar, porém com a liberdade de às vezes trair a realidade ao adicionar elementos inexistentes.......

 Trecho do texto : Anna Amélia - Uma nova Cartografia de Márcio Sampaio- poeta escritor e artista plástico.

Revoada - Óleo sobre tela

outubro de 2018

Autora: Annamélia

 Noturno com Beija Flor

Óleo sobre tela  -  70 X 60     2016

Anna Amélia pinta a planta perspectivada de Ouro Preto, 

e recria a cidade mágica. Não sei se ela terá visto uma planta do século 19, levantada por Henrique Gerber, que um dia me chegou às mãos, fotocopiada por Dimas Guedes. O engenheiro alemão desenhou a planta urbana de Ouro Preto, do Padre Faria até às Cabeças, assinalando precisamente a forma das edificações existentes em cada rua, como as elipses do Rosário ou o quadrado com pátio interno da Cadeia, hoje Museu da Inconfidência...

Uma cartografia encantada

De Angelo Oswaldo de Araújo Santos

Secretário de Cultura do Estado de MG

 Casa dos Contos e Escola de Minas 

Òleo sobre tela

.........Premiada em bienais e reconhecida pela presença no espaço da gravura, Anna Amélia já havia tirado imagens coloridas de cenas ouro-pretanas. Os efeitos, na pintura, ganham plasticidade e vibração, resultando em mais uma realização significativa da artista à qual também se deve, ao lado de Nello Nuno, a criação da escola de arte da FAOP, quando implantada por Murilo Rubião.

Louva a Deus

Òleo sobre tela

Ao marcar o retorno da galeria de arte ao casarão do Rosário, a exposição de Anna Amélia torna-se uma homenagem da Fundação à artista e mestra. Sempre captada pelos pintores, Ouro Preto encontra, nessa série, o caminho direto entre a sedução dos trajetos que oferece e a delicadeza de uma pintura feita de pura magia.

Angelo Oswaldo de Araújo Santos

Secretário de Estado de Cultura

AMOR À VIDA

Nello Nuno

O simples guarda o enigma do que é grande e permanente.

Viver – filosofar depois.

Sentir – pensar depois.

Agir – caminhar os vales e as montanhas de Annamélia.

Os filhos, brincar de roda, rodar risadas, sorrir lembranças,

Esta é minha estrada sem atalhos,

Pintura é meu sentir momentos, meu sorrir lembranças, meu brinquedo de vida.

Pássaro branco, cavalo alado, pomba e paz.

É a procura do simples e do alegre  .Da ternura e da carne.

Do gesto e da música.

Do grito e do riso.

É meu amor à vida.

(Catálogo da exposição individual , Galeria AMI, Belo Horizonte, 1974).

Xilogravuras

......De Minas, o revérbero da festa, o triunfalismo do barroco, esta “tentativa de conter pelo ilusório e o maravilhoso a marcha transformadora do tempo”. A festa como forma de compreender o mundo e a vida. 

  

E o pacto-lúdico. Anamélia transfigura o barroco, e o saltar deste fogo é jogo em liberdade, plenitude do ato criador. 

   

O refinamento da forma como modo de viver: e o jogo que esta forma propões, o próprio viver. A partir de vinhetas da tipografia da época, Anamélia grava suas cartas, inventando-as para o nosso tempo.

Com elas, a artista propõe um jogo (e joga) , fazendo nascer, na repetição obsessiva do elemento dramático, uma forma exterior, geométrica, tensionando com as oposições o espaço-mundo que as cartas atuam ...

Xilogravuras deAnnamélia

Texto Márcio Sampaio –

Desenhos de Annamélia na Faop

Mari´Stella Tristão

Artes Plásticas

Estado de Minas- Quinta feira 8 de julho de 1981

Da mão leve que se apoia sobre o papel surge uma linha pura que começa a deslizar criando movimentos calmos e ritmados, até compor as imagens tiradas da paisagem de Ouro Preto, que se lhe oferece farta de proposições.

 

Mas a este manancial de propostas unta-se uma imaginação capaz de destruir a imagem oferecida e recriá-la novamente, ajuntado e recompondo todas as peças de um passado colonial à sua maneira.

O mesmo ocorre com os anjos barrocos que guardam, na forma, as lembranças de Aleijadinho, mas revelam a expressão, o gosto criador de uma artista das mais sensíveis que conheço Annamélia, minha colega dos anos da Escola de Belas Arte, primeira turma da UFMG está expondo toda a sua sensibilidade em desenhos, na Galeria da Fundação de Arte de Ouro Preto (FAOP) nas comemorações dos 283 anos da cidade….

 

Annamélia e a Galeria de Arte da Faop convidam

para a sua exposição sábado,

 4 de Julho de 1981.

Anjos, pássaros e crianças, respiram nas paisagens de Annamélia,

Como mãe em aventuras criativas fez brotar de mãos infantis a fonte de Arte, nos dias da

Criação constantes. 

A música de suas linhas nos leva a passear

 pelas ruas e telhados de Ouro

Preto, qual criança novamente.

Texto de :Paulo Versiani dos Anjos