domingo, 6 de setembro de 2020


Castelo de Areia

Poema de Nello Rangel
Aquarela de Annamélia 


O castelo de areia
já meio seco
iniciava seu desfazer. 
Mas repeli o menino
que mirava o castelo com olhos cobiçosos
não queria esperar o tempo 
elevar a maré
até engolir
lambida com lambida o castelo inteiro.
Esperança fútil
só hoje o mar preguiçoso 
não subirá.
Até parece,
castelos de areia não duram tanto tempo.
o vento, mesmo sutil,
fará o serviço
devagarinho
Então, melhor seria deixar o menino se divertir
a casa pisada.
Mas não,
Eu insistia -expectativa estéril-
em esperar a maré
na ilusão se que ele permaneceria
mas
castelos
 de areia
sempre vão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário