REVOADA
Descobri maravilhado, há muitos anos,
o corredor de andorinhas de Ouro Preto.
Descobri ao mesmo tempo o motivo obvio
do nome da
cachoeira em que estávamos.
Lá, onde a pedra do jacaré avança, solitária e
esguia,
por sobre o
abismo,
Lá, onde estávamos sentados eu, Ivan e Witer,
os pés balançavam pendurados no ar,
admirávamos as andorinhas que chegavam aos montes,
em voos extraordinários.
Muito jovens, eu e meus amigos,
prontos a nos lançarmos ao ar solto do futuro,
cheios de esperanças e temores,
mimetizados em libertos seres alados.
Éramos, contudo, bem distintos daquele turbilhão de
pássaros
de um azul profundo.
Elas voam sem igual,
rápidas,em bruscas curvas,
resolutas e impávidas,
minúsculos colossos.
Andorinhas não temem.
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