A memória é verde
Lá no fundo do
quintal,
onde terminavam os
canteiros,
e morava a última
mangueira
- aquela, que só
dava frutos secos -
principiava o
bambuzal.
Nele eu entrava,
pela passagem escondida
entre os bambus mais
novos da frente,
e chegava na “sala”,
no meio das folhas e talos.
Até ali, tudo bem.
Seguir além era mais
complicado.
Logo me confundia no
emaranhado verde
de galhos, cipós,
musgos e humidade.
Tentando dormir, com
um pouco de frio,
me vi lá, onde tudo
era familiar,
mas confuso,
misturado, indistinto.
Ali estavam as
raízes,
ocultas no húmus
vivo.
A mata, sempre uma
tentação
de retornar, atrás e
longe.
E um receio de sumir
entre sombras
passadas.
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