quarta-feira, 10 de outubro de 2018


Louva a Deus
Oleo sobre tela 70X60    2016
Autora: Annamélia

Anna Amélia na FAOP

Um cordão dos antigos carnavais, o Banjo de Prata, chegava à Praça Tiradentes, e todo mundo cantava: “Dá gosto ver... dá gosto ver...!”. O refrão, que não é do nosso tempo, mas ecoa na memória ouro-pretana, espontaneamente ressurge quando vejo as pinturas de Anna Amélia a se apresentarem na FAOP, na reabertura de sua galeria de arte na sede do Rosário.
Dá gosto ver como a grande gravadora domina a pintura, em clima festivo e exuberante, ao mapear ruas, ladeiras e morros de Ouro Preto como se ilustrasse lendas e contos da histórica cidade. Com uma graça ingênua e multicolorida, reverberando lembranças de Nello Nuno e sugestões de Alfredo Volpi, ambos mestres da cor, ela compõe itinerários de encantamento no sobe-e-desce das encostas desenhadas pelo casario que leva de uma igreja a outra.
Premiada em bienais e reconhecida pela presença no espaço da gravura, Anna Amélia já havia tirado imagens coloridas de cenas ouro-pretanas. Os efeitos, na pintura, ganham plasticidade e vibração, resultando em mais uma realização significativa da artista à qual também se deve, ao lado de Nello Nuno, a criação da escola de arte da FAOP, quando implantada por Murilo Rubião.
Ao marcar o retorno da galeria de arte ao casarão do Rosário, a exposição de Anna Amélia torna-se uma homenagem da Fundação à artista e mestra. Sempre captada pelos pintores, Ouro Preto encontra, nessa série, o caminho direto entre a sedução dos trajetos que oferece e a delicadeza de uma pintura feita de pura magia.
 
Angelo Oswaldo de Araújo Santos
Secretário de Estado de Cultura

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